Organização: Passos e Compassos
Direção e produção: Sofia Belchior
Técnica: António Machado
Design gráfico: Phorm
Cobertura fotográfica: Carlos Teixeira
Cobertura vídeo: João Bordeira
Apoios: Câmara Municipal de Palmela e República Portuguesa – Cultura/ DGArtes

A um Passo – programa de residências

Programa de residências, que visa enriquecer a programação em dança no concelho de Palmela e contribuir para a afirmação de artistas e projetos artísticos emergentes, através da sua capacitação financeira, logística, técnica e apoio à produção.

Incentivar, impulsionar e acarinhar são palavras que orientam o programa de acolhimento de residências, que defende criar condições propicias à criação artística, como objetivo principal.

Devido ao teor do projeto, impõem-se como lugar ideal para experimentar, para ensaiar ideias e abordagens, quer na área das acessibilidades, quer na implementação de estratégias de mediação entre os artistas e a comunidade, nomeadamente os jovens. Ensaios abertos, visitas e visita tátil aos bastidores, conversas sobre o processo artístico e Dois passos de conversa, são algumas das ações a implementar.

Como mote orientador, o processo criativo e os espetáculos devem espelhar preocupações centrais para o universo cultural, como a diversidade étnica e cultural, preservação ambiental, a inclusão e a acessibilidade física, social e intelectual.

Este programa surge na sequência de outros programas desenvolvidos no passado com sucesso, pela Passos e Compassos, com apoio da Câmara Municipal de Palmela, nomeadamente – Mostra de Trabalhos e Residências.

Residência
Abril de 2025

Corpo Totémico

12 de Abril, 21.30h, Cine Teatro S. João 

Sinopse

A qualidade totémica de um corpo-anímico, macro-micro-cósmico, contém em si todas as qualidades, e atributos, zodiacais e zoológicas. Tem na sua linguagem – a coreográfica – o potencial vivificante de fazer falar cada uma das suas partes, quando as mesmas se tornam o epicentro do movimento. Os animais, escritos nas estrelas ou na matéria viva do ADN, são, por isso, para nós, modelos que nos ensinam a ter poder de mover energia por entre o espaço que o gesto esculpe no vazio, e a falar com o corpo essa linguagem indizível para as palavras.

Os antigos diziam que o cosmos era uma enorme serpente. Para conhecer o universo, teremos de dançar.

Possamos pedir emprestado o poder às cobras para voltar a ser rio, e, no seu fluxo, (en)tornarmo-nos numa dança.

Ela ouve através da pele, a dança de um corpo à escuta.

Ficha Técnica

Direção artística, coreografia, interpretação e espaço cénico | Pedro Ramos Consultoria | Hélia Correia, Félix Lozano, Daniel Tércio

Assistência artística | Mara Morgado

Composição musical | Pedro Sousa

Desenho de Luz | José Coelho

Figurinos | Vítor Alves da Silva

Cocriação e construção cenográfica | Silveira Cabral

Operação técnica e montagem | Salomé Coelho

Produção | Ana de Arede Cano

Apoio à produção | Bruno Esteves

Coprodução | Passos e Compassos, CCC Caldas da Rainha

Apoios à criação | Teatro da Comuna, Opart, E.P.E./Estúdios Victor Córdon, Centro de Interpretação de Monsanto, Teatro o Bando, Performact, Trilhos Verdes

A ORDEM DO O é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

Residência
Novembro de 2024

KURPU DI MUNDU | Work in Progress

“Acreditar no mundo e na vida é acreditar no corpo”
José Gil e Ana Godinho

Em contraste com os movimentos mecânicos, mas caóticos e violentos, das sociedades humanas, a dança sintoniza-nos com a nossa realidade biológica, complexa e poética. A dança aproxima-nos do natural, do animal e do espiritual.
No movimento de um corpo que dança extravasa-se a dor e sublima-se o prazer, e encontra-se um sentido mais profundo a partir do qual se lê a existência.
Mergulhando na ancestralidade e na força vibrante da terra e da gente da Guiné-Bissau, explora-se o corpo enquanto veículo de afinação com o mistério de uma força ligada à natureza, e a esse corpo maior que é o mundo: a floresta enquanto lugar poético de onde viemos e ao qual pertencemos.
Dando continuidade à estética desenvolvida por Pedro Ramos, que explora o corpo como parte da floresta, a ecologia profunda e a alquimia, e abraçando, em cocriação, a linguagem coreográfica de Ernesto Nambera, coreógrafo do Ballet Nacional da Guiné-Bissau e do Grupo de Dança Contemporânea da Guiné-Bissau, que integra numa estética contemporânea a enorme riqueza expressiva e saber ancestrais, procura-se criar uma peça que, indagando sobre as problemáticas ecológica, sociais e políticas do nosso tempo, procure no restabelecimento dos laços de confiança e de afinação com a natureza, exterior e interior, um caminho de transformação e de ressignificação da nossa vivência comum.
Procura-se, no saber do corpo, um ritual de encontro e autoconhecimento, onde a descoberta das individualidade e singularidade de cada um possa coabitar com a procura de uma identidade colectiva e de irmandade com a vida-mais-que-humana. Entre a ancestralidade e a contemporaneidade, a experiência holística do corpo e as preocupações emergentes dos dias de hoje, procura-se a afinação com as nossas realidades biológica e espiritual, alinhadas com o sentimento de pertença e ligação à terra. A partir de um conjunto de residências artísticas entre a Guiné-Bissau e Portugal, da relação criativa entre os coreógrafos Ernesto Nambera e Pedro Ramos, do intercâmbio entre bailarinos colaboradores da Ordem do O e do Ballet Nacional/Grupo de Dança Contemporânea da Guiné-Bissau, pretende-se reflectir sobre algumas das problemáticas do estado do mundo a nível político, social e ambiental, mas também sobre o potencial da dança e do corpo para despertar reflexão sobre e conhecimento de outros possíveis sentidos e significados para a convivência com o outro e com o planeta.

Dois Passos de Conversa
Conversa com a Sofia Belchior, Pedro Ramos e Ernesto Gambera, sobre a residência em Palmela e o processo artístico para o espectáculo Kurpu di Mundu, apresentado dia 16 de Novembro no Cne Teatro S. João.

Link para ouvir Podcast

Ficha Técnica

Cocriação: Ernesto Nambera e Pedro Ramos
Direção Artística: Pedro Ramos
Interpretação: Ernesto Nambera, Ivá Nautam, Batchiquim Alfredo Caiparcó, Analia Monteiro Nanque, Mandjaco Djau, Mara Morgado e Pedro Ramos
Figurinos: Vítor Alves da Silva
Produção Executiva: Ana de Arede Cano
Consultores: Albino Djata, Daniel Tércio, Ezequiel Santos e Paulo Maria Rodrigues Produção: Ordem do O Coprodução: DançArte/Passos e Compassos
Apoios: Teatro O Bando, Estúdios Vítor Cordon/Opart, Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Camões e Câmara Municipal de Palmela

A Ordem do O é uma estrutura apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa.