Sou tecto.
Sou chão.
Sou a carne que me veste e despe e limpa e suja longe da linha que nos separa, que nos prende em cada vértebra da tua
fala muda e suja, onde o silêncio das árvores me apaga no correr das tuas ramificações.
Putrefacta gente que o mundo tem.
Sou TU.
E se eu for fútil? Amas-me? Será que me consomes?
Validade e velocidade de decomposição…
Quantos serão precisos para erguer um pensamento, uma ideia…
Sou corpo que fui.
Alguma vez andaste sobre o alcatrão com a língua?
Vê-me por dentro.
Quantos são precisos para pensar no nada?
FICHA ARTÌSTICA
Criação| Daniel Matos
Direcção Artística| Daniel Matos
Interpretação/Co-Criação| Yana Suslovets, Lia Vohlgemuth, Eríca Santos e José Nuno Santos
Design Gráfico| Alice Aires
Cenografia| Daniel Matos e Teatro Experimental de Lagos
Música| Daniel Matos
Desenho de Luz| Daniel Matos e Nelson Nunes
Produção| Teatro Experimental de Lagos
Produção Executiva| Joana Flor Duarte